quinta-feira, 23 de julho de 2009

Música brasileira
























ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO FUNDAMENTAL MENINO JESUS
COMPONENTE CURRICULAR: HISTÓRIA
PROFESSOR SUBSTITUTO: JOSÉ CUNHA LIMA
ALUNAS: RUTH RAILA DOS SANTOS;
IRIS DE FÁTIMA DOS SANTOS SILVA;
JOSENILDA FERREIRA DOS SANTOS;
KALIANDRA PEREIRA DA SILVA;
LAIS CORREIA GOMES


CARMEM MIRANDA: A EMBAIXATRIZ DO BRASIL

Na conturbada década de 1940, o Brasil passava por um período ditatorial (Estado Novo) e o mundo estava envolvido nos conflitos da 2ª Guerra Mundial (1939 - 1945). Entretanto nesse período belicoso apareceu uma estrela na América do Sul, que logo brilhou no céu norteamericano. Essa estrela atendia pelo nome artístico de Carmem Miranda a “Rainha dos Balangandas”. Mas como ela foi se apresentar nos Estados Unidos? Vamos conhecê-la?
Durante a segunda fase do primeiro governo do Presidente Getulio Vargas (1937 - 1945), houve momentos em que o presidente flertou com os países Aliados da 2ª Guerra (EUA, Inglaterra e França) e em outros com os países do Eixo (Itália, Alemanha e Japão).
Mas, no jogo de aproximação com o Brasil ganhou os Estados Unidos, ou seja, os Aliados. Para isso entraram em cena importantes elementos simbólicos (culturais) para a construção de uma parceria que enfatizasse ou fortificasse o poder norteamericano abaixo da linha do equador. O caminho escolhido para esse convencimento foi o da parceria, ou seja, o Governo brasileiro se alinhava aos aliados e receberia benesses, haveria investimentos nos campos econômicos e de infraestrutura do Brasil, que era conhecido pelos americanos do norte como o país do samba e das mulatas, e o mais interessante eles pensavam que a capital do Brasil era Buenos Aires.
Entretanto, fruto das premissas dessa parceria, chegou aos Estados Unidos em 1939, para uma temporada uma cantora brasileira que provocou muitas curiosidades e interesse da imprensa americana. Essa oportunidade foi impulsionada com o sucesso estrondoso da música “Pra você gostar de mim”, que acabou conhecida com Taí. Essa cantora era Carmem Miranda, portuguesa de nascimento (1909), brasileira de coração e alma.
Mas, miss Miranda não foi aleatoriamente escolhida para representar o Brasil nos States. Pois nos idos da década de 1930, ela atingiu a margem de 35 mil discos vendidos em somente um mês de vendas, era um recorde imbatível à época, de parcos recursos da população e dos poucos instrumentos de transmissão e de difusão musical (rádios e gramofones).
Quando ela chegou aos Estados Unidos, falando poucas palavras, logo foi participar de shows de caridades e com freqüência apresentava-se em eventos oficiais, como a festa de aniversário do Presidente Franklin Delano Roosevelt, que era apresentada como miss Mairanda - como era chamada em inglês - representante do Brasil.
Para se estabelecer na América viveu num apartamento na região nobre do Central Park. Carmen logo conquistou o novo público com seu jeito espontâneo de ser e se comportar. Quando cantava arrasava, seu jeito de dançar movendo os quadris, abrindo e fechando os olhos de maneira expressiva que chamou a atenção do importantíssimo Jornal Washington Post, 2 de julho de 1939, que lançou um editorial repleto de elogios a artista brasileira. Que era muito ousada para à época, pois a maneira que se apresentava com sua indumentária deixando sua barriga exposta era escândalo para aquele período. Entretanto, a inocência das músicas e de Carmem, sua simpatia, logo conseguiu romper essa barreira.
A influência do jeito de vestir da pequena notável - como ficou conhecida no Brasil – logo chegou às lojas mais sofisticadas da Quinta Avenida de New York. As roupas expostas eram repletas de tendências as cores tropicais, contendo muitas estampas de frutas e flores; e os chapéus possuíam muitos ornamentos. Tudo baseados nas vestimentas de nossa “baiana internacional”, ou seja, ela foi a nossa primeira estilista. Pois criou broches, turbantes, chapéus e sandálias - plataforma para esconder sua pouca estatura -, colares entre outros produtos.
Seu conjunto de adereços simbolizava uma identidade ou matriz tropical que logo vinha à mente o Brasil – ou toda a América do Sul -, ou seja, de uma região marcada pelos trópicos, com uma diversidade de fauna e flora infinita e múltipla.
Com o sucesso do teatro ela logo foi contratada pelo Stúdeo Century Fox, em 1940, Carmen apareceu pela primeira vez, no filme “A Serenata Tropical”. Esta película exibida em todo o circuito latino americano, desagradou o público na Argentina que em protesto boicotaram os cinemas. Obrigando a Fox a realizar modificações no filme. Tudo por conta da falta de sensibilidade Hollywoodiana que ignorava a diversidade cultural da América do Sul, ou seja, para os americanos tudo era samba. E não havia mais nada, além disso, podemos cita a rumba e o tango por exemplo.
A volta de miss Mairanda ao Brasil foi muito traumática. Ela começou o seu primeiro espetáculo de retorno cumprimentando os espectadores em inglês. O público ficou estático, e não respondeu a nenhum movimento de aproximação realizado por Carmem durante o show. Miranda ficou muito triste com o acontecido. Mas isso era só o começo. A imprensa brasileira, logo acuso-a de voltar pasteurizada - ou como disseram na época americanizada – a partir dos moldes de Hollywood - EUA -. Conquanto americanizada não seria o termo mais adequado para definir o tipo encarnado por Carmem Miranda quando voltou dos States. Pois sua roupa e seu cantar permaneciam o mesmo – guardando as devidas proporções -, claro que houve pequenas modificações o personagem Carmem Miranda “A Rainha dos Balangandas”. Ma os jornais brasileiros disseram: “A Pequena Notável perdeu completamente a sua relação com a diversidade cultural do país”.
O estereótipo produzido pelos Stúdeos dos EUA, mostravam nos desenhos animados e filmes produzidos pelo cinema comercial do período traziam, na verdade, preceitos preconceituosos. O Brasil passou a ser o “país das bananas”.
Entretanto, a nossa cantora fez muito sucesso por onde passou. Veja o que escreveu a Revista o Cruzeiro – maior e mais importante revista do Brasil -, em novembro de 1942, reclamando ao diretor do segundo filme que ela participou do papel de coadjuvante dado a nossa estrela. “Apresentando a Pequena Notável de modo depreciativo, só servindo para valorizar a atriz protagonista do filme, sem dá a devida importância a Carmem. Fizeram-na cantar coisas detestáveis, vestiram-na com fantasias incrivelmente feias”. Essa não é a nossa Carmem!.
Cada filme repercutia em pesquisas de opinião, manifestações de fãs – contra e a favor -, num verdadeiro caso de comoção nacional com direito a formação até de duas correntes – considerados partidos políticos – de críticos e admiradores. Ou Carmistas e Anticarmistas.
Para se ter uma idéia da popularidade que ela conquistou, foi o seu salário que era astronômico; suas apresentações que chegava a 10 shows por noite não só nos Estados Unidos, mas na Europa também. Sem esquecer dos 16 filmes em que participou, alguns como protagonista.
Por mal ou por bem, positiva ou negativamente, Carmem Miranda, foi e é um ícone marcante do período da 2ª Guerra Mundial e posterior a ela. Foi nossa maior cantora nos idos mais tumultuados da história. Mas em 1955, o coração da representante dos trópicos parou aos 46 anos de idade. Deixando o Brasil e o mundo órfãos de sua alegria e espontaneidade. Todavia, o saldo da vida de Carmem é positivo. Pois se pudesse falar diria: “Taí, eu fiz pra você gostar de mim. Ó meu bem não faça assim comigo não. Você tem que me dar seu coração”. E ela continua sendo até hoje 55 anos após sua morte a eterna Embaixatriz do Brasil no mundo.
RIACHÃO-PARAÍBA; 23 DE JULHO DE 2009

sábado, 4 de julho de 2009






OS DESAFIOS DO SAMBA NO GOVERNO VARGAS
Durante a Ditadura do Estado Novo (1937 - 1945), os sinais de alerta estavam ligados contra uma figura símbolo do Rio de Janeiro: o malandro. Por isso, os malandros que cultuavam a ociosidade estavam sendo perseguidos, inclusive nas letras de samba.
Em 1939, a censura intensificou a repressão a chamada “vadiagem”. Ganhado corpo a perseguição a quem exaltasse o não-trabalho. Quem ficou encarregado dessa perseguição foi o DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda), que era um órgão governamental responsável por organizar, aprovar e gerir os meios de imprensa do país, ou seja, uma música só poderia ser gravada com a devida aprovação desse órgão.
Um fato interessante era que o presidente Getúlio Vargas acolhia até com simpatia sua identificação popular como um “bom malandro”, aquele que sabe aproveitar as oportunidades. No fundo é claro um reconhecimento de sua inteligência política, ou seja, a imagem de malandro tinha essa ambigüidade era negativa, mas também poderia ser positiva.
Todavia, fazendo propaganda contra essa imagem, Vargas na inauguração do Ministério do Trabalho ganhou a carteira de trabalho número: 01, se transformando no trabalhador número um do Brasil, aquele que não dorme buscando a melhoria do seu povo. E ao mesmo tempo incorporando um papel de antimalandro.
Tudo isso fazia parte de um ideal pratico de propaganda, pois quando ele ia falar começa sempre com a frase: “trabalhadores do Brasil”, incutindo na memória coletiva a questão do trabalho como salvação nacional e como se todos no país fossem trabalhadores!.
Essa política preconceituosa sobrou inclusiva para os sambistas que passaram a ser vigiados. Para isso buscou atrair os compositores para a sua influencia, a fim de tentar incutir nas músicas o culto a trabalhado e o repúdio a ociosidade.
Houve músicos, populares que morderam a isca. Ainda que os interesses fossem em função de uma melhor divulgação de seus “trabalhos”. Mas o fato que se viu foi uma enorme safra de canções, feitas em alusão a labuta diária.
Esporadicamente, um ou outro samba abordava, de forma direta ou indireta, as dificuldades da vida do trabalhador, mas isso era raro, pois todas as músicas tinham que ser aprovadas pelo DIP.
Todavia, tudo que se torna proibido é muito mais gostoso. E apesar da mensagem trabalhista da Ditadura do Estado Novo e o malandro sobreviveu e sobrevive nas letras de samba e no imaginário popular brasileiro como um ser mitológico que ganha a sua vida sem fazer muito esforço.


ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO FUNDAMENTAL MENINO JESUS
COMPONENTE CURRICULAR: HISTÓRIA
PROFESSOR SUBSTITUTO: JOSÉ CUNHA LIMA
ALUNAS: ELISUSE DO NASCIMENTO
FRANCILAIDE DA SILVA